A arte de amar – Ovídio (trecho)
Odeio o coito quando não é mútua / a desvairada entrega dos amantes / (eis por que encontro menos atrativos / no amor praticado com rapazes).
Abomino a mulher que se entregou / apenas porque tem de se entregar / e que nenhum prazer experimentando / frigidamente faz amor pensando / no novelo de lã.
Aborrece-me os frutos recolher / das volúpias que me oferecem por dever.
O dever não me agrada na mulher.
Quero ouvir as palavras que traduzem / a alegria que sente a minha amante / quando me pede para ir mais devagar / e o ímpeto suster.
Quero ver a mulher de olhos rendidos, / exausta mulher que desfalece / e que por muito tempo não consente / que lhe toquem no corpo dorido de prazer.
Republicou isso em Memórias ao Vento.
CurtirCurtir